quarta-feira, 21 de novembro de 2007

I Can’t Stop Loving You - 5 Parte


Ela simplesmente ficou parada no meio do trânsito me vendo escorregar a vinte quilômetros por hora em direção a uma borracharia. Ao observá-la pelo retrovisor parada silenciosa em meio ao que sobrou de seu aparelho celular, não sei porque tive uma ligeira impressão que o futuro me reservaria a comprovação da existência dos dois tipos de mulheres perigosas que habitam o planeta: A que fala de mais e a que fala de menos.
A borracharia não ficava lá muito distante do maldito semáforo, uns quatrocentos metros no máximo, mas essa pequena distância percorrida de maneira lenta e aterradora foi das mais longas de toda minha vida. Ao chegar ao borracharia com o que havia restado dos pneus( em verdadeira petição de miséria), dei de cara com um Borracherio Bonachão ( estilo o Gordo, da dupla O Gordo e o Magro), comendo uma bela e suculenta mamita de feijoada. Ao perceber minha presença em seu estabelecimento comercial, nem sequer fez questão de se levantar em meio aos pneus onde estava, simplesmente bradou aos céus com a boca cheia de carne de porco, algo gutural como:
-E ai mermão, quase que a Loirinha fez teu pêlo, hein?!
-Você viu que palhaçada rapaz!
Ele levantou-se segurando a marmita em uma das mãos e veio em minha direção. Em tom confessional, como se fossemos amigos de longa data foi desembuchando seu ponto de vista todo generoso e peculiar a respeito das mulheres.
-Faça as contas e tire a conclusão: De cada dez mulheres, três tem ciume doentio do marido, três são ligeiramente desconfiadas, três se separaram por motivos fúteis e duas vivem perfeitamente felizes.
Juro que tentei entender o raciocínio do Oliver Hardy Borracheiro, mas não consegui encontrar nenhum tipo de conteúdo útil em seu pensamento, mas em todo caso concordei só para não criar mais problemas. Afinal, eu ia depender de seus serviços para chegar em casa.
-É verdade, você está coberto de razão!
Pra que eu fui fazer tamanha besteira. Não é que o cidadão embalou e acabou emendando.
-Após muitos anos de pesquisas em minha humilde e singela borracharia cheguei a conclusão sobre a mulher ideal, meu velho!
-E qual seria?!
-Bonita, silênciosa, aerodinâmica, rápida e macia. Infelizmente esses requisitos só existem em anúncio de automóveis.
E soltou uma gargalhada monstruosa. Seu sorriso era tão sem graça quanto seu dentes negros de feijoada, mas para não contrariar o Borracheiro Bonachão acompanhei-o com uma risada tão ou mais falsa que uma nota de duzentos reais. E olha que quando quero sei dar um sorriso falso como ninguém. Afinal, eu já havia mencionada que sou advogado, não?!

Continua...

6 comentários:

Anônimo disse...

Advogado? Entao e isso! Estava PAGANDO seus pecados...kkkkkk

Anônimo disse...

Advogado?! E eu que te achava um cara honesto....

Cachaça Níquel, Vaqueiro Melódico, DJ Cábron, The Boy With No Band e o Portador dos Testemunhos disse...

...ae fernandao até onde o amor ai dar hein...

valeu pelos comentários dos filmes, sobretudo do ralo cheiroso. Qdo eu escrevi "Teve também o Selton Mello vestido de merda, viciado no cheiro da privada, e querendo comprar uma bunda" pensei na hora em você comentando tbém!

see ya!

Anônimo disse...

Bom fim de semana!

BluesWriter disse...

É Chuvinha...nem todo mundo é perfeito..rssssss....
Abraço..

Pra você ver Marcos!!!

É um puta dum filme Couto...bom pra caralho!!!
Abraço..

Anônimo disse...

KKKK tô adorando...lí o 1,2 e pulei pro 3 só depois percebi9 volto para l~e lo!!! Abração